98% dos candidatos tem um CV mal construído.
90% das pessoas não sabe para que serve o CV.

As conclusões partilhadas resultam de dados obtidos na Formação Trabalhar num Navio. A análise dos currículos de mais de 1000 alunos, recebidos antes da formação, mostra claramente que estes têm muitas dificuldades em comunicar o seu valor e talento, transmitindo assim insegurança, confusão e falta de confiança às companhias. Não surpreende assim, que não passem sequer na primeira fase de seleção.

Saiba como construir um CV Vencedor!


98% dos candidatos tem um CV mal construído.
90% das pessoas não sabe para que serve o CV.

Porém, a responsabilidade não reside apenas nos candidatos. A maior parte desta deve ser atribuída a quem tem o dever de educar, formar e preparar as pessoas para a vida profissional – as universidades, as escolas e os centros de formação. Em geral, estas entidades não preparam os alunos para a construção de um CV vencedor e de uma candidatura de sucesso, adaptada às necessidades das empresas.

A maior parte dos professores, apesar do seu mérito, não está preparada para esta missão. De facto, também eles não foram devidamente formados e não sabem realmente o que é uma empresa, qual a sua realidade e quais as suas necessidades. Por esta razão, limitam-se a recomendar aos alunos que façam um CV Europass – o maior erro de todos.

Adicionalmente, os programas de ensino são focados nas chamadas competências técnicas (conhecimentos e habilidades), esquecendo o mais importante: as competências sociais (soft skills). Confrontadas as instituições citadas, as mesmas afirmam que os programas são rígidos e impostos por entidades reguladoras, pelo que “não podem fazer nada”.

As pessoas ficam assim carentes de competências de comunicação, desprovidas da noção e capacidade de promoção da visibilidade e marca pessoal, focadas em si e não nos outros (ausência de empatia). Escasseiam também a capacidade de organização e planeamento de carreira, a noção de métodos de venda pessoal e até a fundamental literacia financeira.

As empresas queixam-se que os candidatos chegam cada vez pior preparados, sem maturidade e sem noção de responsabilidade, enfrentando enormes dificuldades para encontrar as pessoas certas.


💡 O QUE PROCURAM AS EMPRESAS NOS CANDIDATOS?

As empresas são as suas pessoas. Se uma empresa contar com bons colaboradores, boas equipas, talento e competência, irá sem dúvida inovar e prestar um bom serviço, surpreendendo os clientes pela excelência. Os clientes irão comprar os produtos e serviços destas (boas) empresas, de forma repetida, recomendando as mesmas nas suas redes sociais.

Mas então o que procuram as empresas nos candidatos? Simples: competência e talento.

E o que é a competência?
Competência é o conjunto de conhecimentos, habilidades e atitude que tornam uma pessoa apta a exercer um determinado cargo ou papel dentro de uma organização, de modo a gerar uma vantagem competitiva para o negócio. Importante notar que uma pessoa pode ter muitas competências (skills) e ser totalmente incompetente.

Competencia 800x500.png


E o que são as competências sociais?
As aptidões e competências sociais, também chamadas de soft skills, são importantes em qualquer área profissional e uma base fundamental para construir uma carreira de sucesso. Podem mesmo ser determinantes na seleção e escolha de um candidato a emprego. Tão relevante quanto o saber técnico e/ou experiência profissional, as empresas valorizam a maneira de ser, de estar e de agir em grupo.

Apresentamos de seguida as principais competências sociais:

Empatia – Capacidade de colocar-se no lugar do outro, de ver com os seus olhos; consciência dos sentimentos, preocupações e necessidades dos outros;

Comunicação – Assertividade, saber argumentar, redigir corretamente, saber ouvir;

Adaptabilidade ou flexibilidade – Não criar resistência à novidade e à mudança;

Resolução de conflitos – Capacidade de negociar, de persuadir e de resolver conflitos;

Cooperação – Capacidade de trabalhar em equipa;

Resolução de problemas – Reunir e analisar informação, tomar decisões adequadas;

Gestão de tempo – Organização, pontualidade, cumprimento de prazos e de objetivos;

Saber ouvir – Prestar atenção, escutar, querer ouvir, querer aprender;

Resiliência – Resistir a sucessivas adversidades sem quebrar;

Atitude positiva – Trazer soluções para os problemas;

Iniciativa – Proatividade, acrescentar valor.


💡 A PRIMEIRA PORTA É O RECRUTADOR

Sabemos agora o que procuram as empresas nos candidatos. Mas a primeira porta que o candidato deve abrir para chegar às empresas é o coração e a mente do técnico de recursos humanos que, de forma simplificada, vamos chamar de recrutador.

E o que procura o recrutador? O mesmo que a empresa? Ou existirão outros factores-chave mais pessoais e que façam a diferença? Afinal, as decisões humanas são fortemente influenciadas por emoções e não apenas por racionalidade. O candidato deve também ter esta informação bem clara, antes de iniciar a construção do CV. Caso contrário não passa sequer na primeira fase de seleção.

“As pessoas não estão interessadas em si. Estão interessadas nelas próprias – de manhã, à tarde e depois do jantar.” Dale Carnegie


💡 PARA QUE SERVE O CV?

O CV é uma ferramenta que as pessoas usam para conseguir emprego, certo?

– ERRADO!

O CV é uma ferramenta de comunicação e venda. O CV tem como objetivo chamar a atenção e conseguir uma entrevista. O propósito do currículo é simplesmente conseguir “meter o pé na porta”. Não tem de dizer tudo – apenas o essencial.

CV 800x500.png


O CV tem como missão chamar a atenção pela positiva, diferenciar o candidato de todos os outros, mostrar pela forma e pelo conteúdo que o candidato tem conhecimento, habilidades e atitude, evitando buzzwords que todos repetem e que nada acrescentam. Como dizem os italianos, um CV tem de ser construído com amor e muita transpiração. Ninguém disse que é fácil.

Fácil é construir um CV Europass, que não diferencia o candidato de todos os outros, afirmando-se como uma péssima ferramenta de comunicação e venda. Um erro a evitar!

De facto, o CV Europass sustenta-se num design pobre no qual é difícil ler e interpretar o conteúdo, convidando o autor a partilhar mais informação do que a necessária (por exemplo, dados pessoais como a morada detalhada). Este modelo de CV utiliza um formato europeu normalizado que todos os outros países não entendem e detestam, com um quadro europeu comum de referência para línguas complexo e confuso. Adicionalmente, mistura e confunde educação com formação e não permite apresentar uma boa foto com a dimensão adequada ao talento de cada pessoa. Não é, definitivamente, uma boa ferramenta de comunicação e de venda pessoal.

Em conclusão, se pretende chegar a uma entrevista para emprego, não use o CV Europass.

Não esqueça, CV é venda!


💡 UMA BOA PRIMEIRA IMPRESSÃO

A entrega do CV por email ou por carta exige a redação de um texto de apresentação. Muitas vezes desprezado, este texto tem uma enorme importância, dado que oferece a oportunidade de construir uma boa primeira impressão e de garantir que o CV é tido em conta.

Na redação deste texto importa não esquecer o que procura o recrutador, procurando ver com os seus olhos (empatia). O texto deve assim ser sucinto, organizado e orientado ao que o recrutador e a empresa procuram. Não é o que lhe interessa; é o que a empresa procura, valoriza e precisa. Dez linhas de texto (três parágrafos) chegam para explicar que é a pessoa certa, identificando o que ganha a empresa se o contratar.


💡 IMPORTÂNCIA DA COMUNICAÇÃO

O que não se comunica não existe. Porém, existem regras a seguir para construir uma marca pessoal sólida e chamar a atenção de forma positiva.

1ª Regra – Se não tem qualidade na comunicação, é melhor ficar calado (enquanto não tiver um CV vencedor, não envie a candidatura).

2ª Regra – Não comunica para si; comunica para os outros. Sabe o que querem ver e ouvir? Sabe o que precisam?

3ª Regra – Mais, é menos.

Uma boa candidatura deve apoiar-se em excelente comunicação – um CV vencedor – assegurando que:

– Capta imediatamente a atenção, diferenciando a sua candidatura de outras;

– Suscita o interesse no recrutador, pela leitura atenta;

– Cria o desejo de saber mais sobre si, de o conhecer melhor;

– Promove a ação do recrutador, o convite para uma entrevista.

Não esqueça que mais é menos. O CV deve ser simples e com informação concisa, dizendo o essencial e fugindo à tentação de dizer tudo. Um CV longo torna-se descritivo, complicado, confuso, aborrecido.

CV 800x500 a.png

💡 FORMA E CONTEÚDO DO CV

O CV transmite, principalmente, informação sobre o conhecimento e habilidades do candidato. Mas também transmite informação sobre a sua atitude.

Apesar de muitas pessoas escreverem que têm uma boa atitude, que são positivas e de relacionamento fácil, as palavras de nada valem porque todas as pessoas dizem o mesmo. A atitude expressa-se no CV de forma quase invisível, evidenciando-se nos detalhes onde se nota o esforço em fazer bem e em surpreender pela excelência.

Um recrutador atento e experiente consegue sentir a empatia transmitida pelo candidato (preocupação com quem vai ler o CV), através da forma como o texto é organizado e apresentado e pela informação transmitida pela linguagem não verbal da foto.

Conselhos para um bom design:

– Um bom design é simples, com texto legível e pouco denso, máximo 2 cores e 2 fontes de texto;

– Amplo espaço livre (sem texto ou imagem), evitando densidade e facilitando a leitura;

– Não usar modelo Europass;

– Apenas 1 página (máximo 2).

Conselhos sobre o conteúdo (texto):

– O objetivo do CV é chamar a atenção e alcançar uma entrevista. Não precisa explicar tudo com detalhe. A entrevista é o local adequado para apresentar certificados, diplomas, portfolio, documentos, cartas de referência, etc;

– O CV deve ter 5 blocos ou secções: (1) Fotografia, nome, contactos, função pretendida, idiomas, skills; (2) Sumário; (3) Atividade profissional; (4) Habilitações literárias; e (5) Formação complementar;

– A fotografia é obrigatória. Deve ter qualidade profissional, com boa luz, postura correta, sorriso, atitude positiva, sem imagens de fundo (ruído). Absolutamente proibida a utilização de selfies e de fotos não profissionais. Invista em si recorrendo aos serviços de um fotógrafo profissional;

- O sumário (personal statement / profile) deve ter no máximo 4 linhas e evidenciar atitude e confiança para contribuir para o sucesso e crescimento da empresa;

– A secção da atividade profissional deve indicar cada função desempenhada e identificar o nome / cidade / país do empregador, assim como a data de início e de fim (mês e ano). Deve ser seguida uma ordem cronológica com a atividade mais recente no topo;

– A secção de habilitações literárias deve ser reservada ao ensino (secundário e superior);

– A secção de formação complementar existe para identificar cursos de pouca duração, workshops, etc. Deve ser indicado o nome de cada ação, entidade, local e duração da mesma em horas, dias ou meses.

CV 800x500.png

💡 CONCLUSÕES

O CV é demasiado importante para ser desprezado da forma que 98% das pessoas fazem. Não cometa este grave erro.

As companhias procuram competência e talento, mas cabe às pessoas demonstrar que têm o que é necessário. Se não construir um CV vencedor e um texto de apresentação eficaz, corre o sério risco de não ter sequer resposta à candidatura.

E, por favor, na hora de construir o seu CV vencedor, pare de pensar em si. São outros os olhos com que tem de ver e escrever. CV é venda - são outros que o compram!

“As pessoas não querem o que você faz. Querem o que vai fazer por elas. Querem sentir-se seguras e respeitadas.” Seth Godin


💡 NOTA IMPORTANTE

Construa você próprio um CV vencedor. Não confie a construção do seu CV a terceiros. Para que seja genuíno e autêntico, o CV deve ser pensado, estudado e construído de forma personalizada. Afinal, ninguém consegue comunicar e vender a sua competência e talento como você.

Não esqueça, CV é venda!

Já conhece o ApormarCV?


Texto: Álvaro Sardinha, setembro 2021

Direito de Autor
O conteúdo publicado beneficia de Direito de Autor, sendo considerado uma obra (criação intelectual do domínio literário e científico). O direito de autor incide sobre obras e protege o autor das mesmas.
Titular do direito de autor: Álvaro Sardinha


Precisa de esclarecimentos adicionais? Contacte-nos!